terça-feira, 11 de janeiro de 2011

13º Edição do Rio Moda Hype - Inicia a semana de moda do Fashion Rio. Inverno 2011

Dez novos talentos, vindos de diversas partes do Brasil, abriram esta edição do Fashion Rio, com a 13ª edição do Rio Moda Hype.
Trabalhando sob o tema Fashion Fantasy, as inspirações foram as mais diversas: Samurai, Metamorfose, Sonhos e Delírios… Mas uma coisa que chama a atenção é a preocupação com a usabilidade, raro de se ver em estilistas novos, que usam o início da carreira como um laboratório para experimentações _com resultados nem sempre bem sucedidos. Embora exista o desejo pelas formas e pela desconstrução, há uma vontade maior de que suas peças possam ser comercializadas e usadas.
Usam tecidos como malha, moletom ou flanela, que imediatamente provocam a sensação de conforto e acolhimento que a gente procura nos dias frios. Talvez para suprir o falta de materiais mais nobres _e mais caros_ eles usam recursos como aplicação de aviamentos e zippers para dar acabamento às peças. Soluções simples, mas que fazem toda a diferença no produto final.
O desejo pelo design aparece nos shapes assimétricos que deram as caras em todas as coleções. No geral, as formas são soltas e há a velha brincadeira entre formas justas e amplas, que funciona bem. Das partes do corpo que mais se destacam estão os ombros, agora não mais fortalecido por ombreiras. Como que para revelar uma certa fragilidade _ou sensualidade_ humana, esta parte do corpo aparecem ora discretamente sob recortes, ora em looks mais abertos, com um dos ombros inteiramente a mostra.
Confira abaixo um pouco do que cada estilista apresentou:

SAMPLER


O conforto também foi o que pautou a coleção inverno 2011 dos estilista Aderlize Martins e Daniela Escobar, da Sampler. Só que aqui a coleção foi construída em cima do conceito de duplicações, espelhamentos, simetrias e descompassos. Assim, as peças quase todas em moletom ou outras malhas trazem sempre algum truque de construção ou modelagem que reflitam tais conceitos _vide o vestido com alças em ambas as extremidades, ou aquele com zíper estruturando sua barra.

SODDI


Inspiradas nos andarilhos urbanos, a Soddi propõe um corpo masculino levemente redesenhado. Aposta em calças amplas, quase baggy, combinadas com camisetões soltos, as vezes com discretos drapeado, arrematadas por casacos um pouco mais estruturados. Formas amplas, proporção acertada _e super contemporânea_ mostram uma moda masculina afiada, cheia de detalhes como os recortes nos ombros, os acessórios metalizados que ressaltam tais partes do corpo, os cordões de metal e couro. Resultado: imagem com apelo inspiracional, sem perder o comercial.

MARTIS PAULO

Saiu da zona de conforto e mostrou uma coleção corajosa, inspirada nos gatos de rua do musical Cats. Usou cinzas e pretos como base, e pincelou os looks com vermelho, roxo e turquesa. Botou rock and roll na passarela com microvestidos, formas geométricas e uma mistura de cores e tecidos.

ESTÚDIO FRAME


Patrícia Brito, do Estúdio Frame, quis levar para a passarela alguns conceitos de conforto. Para isso mostrou um interessante exercício de alfaiataria e camisaria, onde as peças _quase sempre em malhas bem leves e molengas_ vinham desconstruídas, com suas modelagens e proporções alteradas. Daí as camisas que viram vestidos soltinhos, os blazeres de cortes angulares que se alongam assimetricamente, ganham maxi lapelas ou aberturas nas costas _como no caso do masculino.

ALISSON RODRIGUES


Destaque entre os desfiles masculinos, Alisson inverteu a ordem dos jaquetões de flanela forrados de pele e mandou peças de pele ecológica forradas por flanela azul, sempre em formas amplas, como o delicioso casaco-cobertor. Faz um assim versão feminina?

JULIA VALLE


A estilista Julia Vale se destacou principalmente pela maturidade de seu estilo e técnica. De silhueta alongada, formas pautadas por uma constante assimetria, a coleção de inverno 2011 traz quase que uma identidade própria para cada look. Esses começam com um interessante trabalho entre uma lã pesada cinza _quase bruta_ e seda em vestidos de formas amplas com alguns volumes de aparência orgânica. Daí para frente Julia se aprofunda cada vez mais nos exercícios de modelagem e construção. Bons exemplos são a calça com uma perna bem mais ampla que a outra, os plissados diagonais e pontualmente localizados nos looks brancos e o blazer de proporção over que fecha o desfile. Destaque também para os acessórios de metais, vindos das engrenagens de uma máquina de escrever.

LUCAS MAGALHÃES


Bacharel em design gráfico, Lucas partiu de conceitos da optical art para desenvolver sua coleção. Aqui, menos é mais. Trabalhando apenas com malha e tule, nas cores preto, cinza e nude, ele mostra uma série de looks, entre vestidos e macacões, com silhuetas ajustadas que passam longe da vulgaridade. Há um jogo sutil de transparência muito bem bolado, que faz com que esta seja uma coleção contemporânea e distante dos estereótipos sasonais. Boa, enxuta e focada.

 DOBRA


Estreando nesta edição do Rio Moda Hype, a Dobra, marca carioca dos estilistas Antonio Guedes e Raquel Alvarez, mostrou uma coleção simples com leve pegada street e toda trabalhada em cima do tema metamorfose. Destacam-se as peças em modelagem ampla como o macacão de moletom e os camisetões masculinos.

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